Férias em cruzeiro? Achei que não era para mim… até experimentar
Partilho como fui conquistada por uma experiência que superou todas as minhas expectativas… e até a da minha filha de 17 anos. Uma viagem cheia de encontros, leveza e descobertas.
Adélia Salvador
7/14/20252 min ler


Férias em cruzeiro? Achei que não era para mim… até experimentar!
Durante anos, resisti. Sempre achei que férias em cruzeiro não eram para mim. Imaginava grupos organizados, animação pensada para seniores, falta de autenticidade… e uma rotina demasiado rígida. O meu marido, por outro lado, viajava na ideia com entusiasmo. Durante vinte anos tentou convencer-me. Um dia, cedi.
E fui surpreendida.
Logo nos primeiros dias a bordo, percebi que os meus preconceitos não se confirmavam. Havia uma diversidade genuína: casais de todas as idades, famílias inteiras, amigas em viagem de celebração, mulheres a viajar sozinhas. E uma energia que não era de “fim de linha”, mas de descoberta.
A vida a bordo oferecia bem mais do que esperava. Espetáculos ao final do dia, bares com música ao vivo, festas temáticas, casino para quem gosta de tentar a sorte, zonas de piscina ao ar livre com vista para o mar, spa com massagens e tratamentos, aulas de dança, jogos e atividades pensadas para diferentes perfis — tudo ali, a poucos passos do camarote. E, acima de tudo, tempo. Tempo para não fazer nada. Para observar o mar. Para conversar com calma.
Curiosamente, a minha filha de 17 anos também resistiu à ideia. Achava que ia ser aborrecido, “coisa de adultos”. Mas foi conquistada quase de imediato. Teve a oportunidade de conhecer e conviver com jovens de Marrocos, Estados Unidos, França, Itália, Espanha, Brasil, Canadá… um verdadeiro mosaico cultural, com conversas, risos e ligações que ficaram para além do cruzeiro. Ver a forma como ela viveu tudo com tanta intensidade foi, para mim, uma das maiores alegrias desta viagem.
Em terra, cada paragem era uma nova surpresa: cidades costeiras cheias de história, passeios tranquilos, sabores diferentes. Não era um “viajar em massa” — era um fluir entre lugares, sem precisar fazer malas todos os dias.
Hoje, olho para trás e penso: quantas experiências não vivemos por causa de uma ideia feita? Que outras coisas temos como “não para mim”... só porque nunca demos uma oportunidade real?
Viajar de cruzeiro, afinal, pode ter alma. Pode ser descanso, festa, contemplação, reencontro. O mais importante é ir com o coração aberto — o resto, o mar encarrega-se de revelar.
Ainda antes de sair do navio, dei por mim a pesquisar o próximo. Porque quando algo nos surpreende assim, o mais natural é querer repetir.